A experiência completa de um passeio de três horas que começa no Funchal e nos leva a ver o mar com outros olhos.

São 14h30 quando chegamos ao Porto do Funchal. O sol brilha generoso, há uma brisa fresca no ar e, à nossa frente, o SeaBorn já nos espera — um grande catamarã branco, moderno e confortável, pronto para a partida das 15h00. A bordo, os primeiros passageiros instalam-se nos colchões ao sol, e percebemos de imediato que quem chega cedo escolhe os melhores lugares: almofadas largas na proa, com posição privilegiada para o Atlântico — e para as surpresas que ele guarda. 

Subimos a bordo com protetor solar na pele e chapéu na cabeça. O ambiente é descontraído, há música suave e um staff simpático que nos dá as boas-vindas. Instalo-me ao lado de uma família francesa — casal e duas crianças sorridentes — e rapidamente começamos a conversar. É a segunda vez que visitam a Madeira e já conhecem este passeio com o SeaBorn. “Da primeira vez vimos tartarugas enormes”, contam-nos. “Mas nunca baleias”. Nós também não. Ainda. 

O barco afasta-se do porto com suavidade, como se o Funchal se despedisse lentamente. A brisa do mar faz-se sentir, e o azul infinito começa a dominar a paisagem. Em pouco tempo, os telemóveis estão no ar: ao longe, um movimento súbito na superfície. Primeiro um, depois dois, depois um grupo inteiro — golfinhos! Numa dança perfeita, saltam e mergulham mesmo à nossa frente. A proa enche-se de expressões maravilhadas, crianças apontam e riem, adultos largam conversas para captar o momento perfeito. Uma hora dourada para fotógrafos e para quem simplesmente quer guardar a memória viva na retina. 

Mais tarde, quando já pensávamos que o dia não podia surpreender mais, o comandante abranda o motor. Há um silêncio curioso a bordo. “Ali, à direita!” — alguém sussurra em inglês. E sim, como uma aparição, surge ela: uma baleia. Imensa, majestosa, uma sombra colossal que emerge e mergulha com elegância. A emoção é quase difícil de explicar — há algo de primitivo e sagrado naquele encontro. Ver uma baleia assim, ao vivo, é um privilégio raro. Ficamos todos em silêncio, partilhando o mesmo espanto. 

Já perto da costa, com o sol a aquecer mais, aproximamo-nos da imponente falésia do Cabo Girão — a segunda mais alta do mundo. A baía convida e ninguém resiste: é hora de mergulho. A água está perfeita: clara, limpa e com a temperatura ideal. Salto, mergulho, flutuo. À nossa volta, rochas submersas, peixes curiosos, e uma vista de cortar a respiração. É o lado secreto do Cabo Girão, acessível apenas por mar. 

De regresso ao Funchal, pedimos uma bebida no bar. A cerveja fresca sabe a recompensa. Tínhamos levado água, mas o bar a bordo revelou-se essencial para quem quer refrescar-se depois do mergulho. Sentados ao sol, conversamos com os nossos novos amigos franceses, agora bronzeados e sorridentes. Falamos de viagens, de encontros improváveis e de como a Madeira consegue sempre surpreender. 

Informações úteis: 

O passeio SeaBorn dura cerca de 3 horas
Saídas diárias: 10h30 – 13h30 e 15h00 – 18h00 

Inclui observação de cetáceos e mergulho na baía do Cabo Girão
Há também opções ao pôr do sol e uma edição especial no fim do ano 

Recomenda-se reservar com antecedência e chegar 30 minutos antes da partida 

Mais informações e reservas disponíveis no site da seaborncatamaran.